Monday, September 21, 2009

30 empresas cedem aos metalúrgicos

O Estado de S. Paulo

No primeiro dia de greve por tempo indeterminado dos metalúrgicos da região do ABC paulista, 30 empresas, que empregam quase 21% dos grevistas, procuraram ontem o sindicato e se comprometeram, por escrito, a atender às reivindicações da categoria. Nessas fábricas, os metalúrgicos decidiram voltara ao trabalho. Nas demais empresas da região, a greve continua.

As empresas que aderiram à proposta do sindicato empregam 12,5 mil metalúrgicos. Os sindicalistas dizem que mais de 60 mil trabalhadores iniciaram o movimento. Entre as empresas que não aderiram ao acordo e seguem com a produção paralisada estão as fabricantes de autopeças Mahle Metal Leve e Sachs, ambas em São Bernardo do Campo, Detroit (Diadema) e Faparmas (Ribeirão Pires).

A categoria reivindica reajuste de 6,53%, dos quais 2% de aumento real, mais abono equivalente a um terço do salário médio, o que, segundo o sindicato, equivale a mais 2% de aumento real. Os índices são os mesmos obtidos pelo sindicato na negociação com o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Sinfavea), na semana passada, e aprovados pelos trabalhadores da Ford, Scania, Mercedes-Benz, Volkswagen e Toyota.

A estratégia de comprometer as empresas foi definida em assembleia, quinta-feira, como forma de levar as fábricas a pressionar as bancadas patronais a fecharem um acordo coletivo com a categoria. O sindicato não divulgou quantas empresas foram paralisadas ontem.

Já os metalúrgicos da General Motors (GM) de São José dos Campos e de São Caetano do Sul decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado. A fábrica da GM em São Caetano do Sul emprega 10,5 mil trabalhadores e a de São José dos Campos, outros 8,5 mil. Em São Caetano, segundo o sindicato, que é ligado à Força Sindical, são produzidos os modelos Astra, Vectra e a família Cosa, a uma média diária de 852 veículos. Os trabalhadores querem 10% de reajuste salarial mais R$ 2 mil de abono.

Já os metalúrgicos de São José dos Campos, cujo sindicato é ligado à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), pedem 14,65% de reajuste. A GM produz na região os modelos Corsa, Zafira, Blazer, picapes S10 e Montana, além de veículos desmontados para exportação (CKDs). A cada dia de paralisação deixam de ser produzidos cerca de mil veículos.

Em audiência de conciliação entre a GM e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) propôs ontem que a empresa conceda 8,3% de reajuste salarial mais abono de R$ 1.950. A GM se comprometeu a dar uma resposta ao sindicato até amanhã. Na segunda-feira, os trabalhadores realizarão nova assembleia para votar a proposta.

A Volkswagen-Audi pediu ontem que o TRT faça o julgamento da greve que paralisa a fábrica de São José dos Pinhais (PR) desde o dia 3. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba terá cinco dias para expor os argumentos favoráveis às reivindicações da categoria. Depois, a Volkswagen tem o mesmo prazo para colocar seu ponto de vista. Posteriormente, o TRT marcará a data de julgamento e emite a sentença.

Fonte:  O Estado de S. Paulo/Marcelo Rehder e Evandro Fadel | www.estadao.com.br

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